terça-feira, 26 de outubro de 2010

Contra a arrogância - compartilhamento da aula de literatura...


"Toda a gente que eu conheço e que fala comigo
Nunca teve ato ridículo, nunca sofreu enxovalho,
Nunca foi senão príncipe - todos eles príncipes - na vida...

Quem me dera ouvir de alguma voz humana
Que confessasse não um pecado, mas uma infâmia;
Que confessasse não uma violência, mas uma covardia!
Não, são todos o ideal, se o ouço e me falam.
Quem há neste largo mundo que me confesse que uma vez foi vil?
Ó príncipes, meus irmãos.

Arre, estou farto de semideuses!
Onde é que há gente no mundo?

Então sou só eu que é vil e errôneo nesta Terra?"

Álvares de Campos (Fernando Pessoa) 
Clipe sobre realização social com fracasso interior

4 comentários:

  1. Olá Velton

    O poeta poderia escrever estas palavras hoje.

    Tal como naquele tempo todos se tapam com a capa da santidade.

    Não conhecia este poema do grande escritor Fernando Pessoa.
    Gostei.
    Obrigada por ter partihado aqui connosco.

    Um abraço

    viviana

    ResponderExcluir
  2. Olá, meu amigo
    Demorei, mas apareci! E que coisa gostosa chegar e encontrar com nada mais, nada menos que Fernando Pessoa!
    Bela escolha textual, como sempre.

    Um abraço,
    Michele

    ResponderExcluir
  3. Certamente muitos nao gostarao deste poema. Era assim este poeta, com a capacidade de assumir varias personalidades. Todos nos as temos, mas assumimos sempre a que mais nos convem ou ate a talvez mais facil. continue , sim divulgando Fernando Pessoa, ele obriga-nos a pensar... uma boa semana
    fernanda

    ResponderExcluir
  4. O grande Pessoa atravessará séculos sendo sempre atual.
    Esta de seu pseudônimo é sensacional.
    Beijokas.

    ResponderExcluir