segunda-feira, 2 de maio de 2011

Os heróis [e vilões] norte-americanos

Existem poucos clichês mais pegajosos do que a velha visão norte-americana do 'Bem' e do 'Mal', 'Heróis' e 'Vilões'.  Vejam um exemplo de herói: O quadrinho do Super-homem conta a saga de Clark Kent, um extraterrestre que vive como um repórter medíocre, tímido e careta, mas que oculta sua verdadeira força e velocidade. Ele utiliza essas suas habilidades para defender a propriedade privada dos poderosos enquanto veste um uniforme azul e vermelho (baseado na bandeira da Terra da liberdade) com a cueca de fora. Segundo o escritor italiano Umberto Eco, um indivíduo dotado dos poderes do super-homem poderia acabar com a fome, a miséria, e as injustiças do mundo. Todavia, o 'mal' que ele combate é o atentado às grandes instituições capitalistas, enfrentando‘ladrões. Deu pra entender? 


Já para representar a visão de vilão, podemos considerar um exemplo mais concreto: Na noite de domingo para segunda foi anunciada oficialmente a morte – ou o assassinato – de Osama Bin Laden, que ocorreu de forma inesperada e sigilosa. Por fim, a morte deixou uma gama enorme de indagações e suspeitas sobre um corpo atirado ao mar, sucessão ao ‘trono’ e até prováveis variações na bolsa de valores (pois é, essa última eu também não entendi...).


Os patriotas da América liberaram geral e, como de praxe, se deixaram levar pelo momento, anunciando a paz e a esperança renovada de um futuro mais belo que coisa bonitinha... ✿. Não sei o que passa na cabeça desse pessoal: Os soldados não aniquilaram a raiz de todos os males, não exterminaram a personificação do mal, o Belzebu. Simplesmente mataram um homem. Poderiam prendê-lo ou julgá-lo antes de sentenciar sua morte, mas simplesmente mataram. Teria ele reagido ou os soldados agiram por instinto, assim como toda a nação norte-americana que pula festivamente nas ruas, acompanhada por boa parte do mundo? 


Será que essas pessoas não percebem que 'Vilões' são puras personificações de esquemas sociais falhos, de uma sociedade doente. Essa gente tem de parar de servir como fantoche facilmente manipulável que se deixa levar por ideais superficiais. Os EUA vão continuar em guerra, novos terroristas se levantarão talvez piores! A coisa tá longe de mudar. 



Obama pode ser um homem negro no cargo mais 'importante' do mundo, mas ainda preserva o velho teatrinho de família perfeita, educada, feliz e branca. Ele não é um herói! 


Osama foi apenas um homem que, assim como outros mulçumanos, teve a mente bagunçada por ideologias absurdas. Ele não é vilão! 


E o onze de setembro? Concordo, foi triste. Mas e todos que morreram e continuam morrendo nessa guerra no outro lado do atlântico? Obama não prometeu tentar dá um basta na coisa toda? Ora...


P.S. Bem, é o que eu penso; Eu simplesmente acredito que nenhuma morte humana deve ser comemorada. Fiquem a vontade para defender suas próprias visões...

                                                                                                             

Nessa semana, vou tentar visitar o blog de todos, já estou com
mais tempo disponível. Desculpe-me pela ausência!

terça-feira, 12 de abril de 2011

Um concretizador de fantasias


A história da ciência sempre me seduziu. Sou obcecado em visualizar a figura humano no seu papel primário como explorador do mundo e seus mistérios; Alquimia, cosmologia, teologia e todas essas ciências que constituem a raiz que sustenta o meio cientifico atualmente. Sinto arrepios de tão assombrosamente maravilhado que fico ao resgatar um pouco da ciência primitiva, tão instintiva, ousada e atraente. 

Em 12 de abril de 1961, o jovem Yuri Gagarin tornou-se o primeiro humano a deixar a terra e abraçar o espaço, a bordo da nave espacial Vostok 1. Há exatos cinquenta anos o homem se atreveu a contemplar as estrelas mais de perto. Sou muito fã do Yuri desde que o vi naquela sua famosa foto vestido de aviador, com aquele capacete de abas laterais em um livro da segunda série. É um delite honrar seu feito - que não seria possível sem uma brilhante equipe que se envolveu de corpo e alma no projeto.

A coisa toda é um encanto, uma personificação da ficção onde a fantasia se libertou e confundiu-se com a realidade. Sério, a cápsula em que ele fez esse percurso completo ao redor da Terra [the blue earth!] é charmosíssima, com um leve ar vitoriano, retrofuturista, algo muito próximo do steampunk. Tudo isso me deixa tão bobo. Por fim, vale ressaltar que Julio Verne propôs uma empreitada fora da Terra quase cem anos antes!

Yuri Gagarin

Cápsula  Vostok 1 - Dá pra deduzir logo de 
cara que o Yuri era um sujeito baixinho.

Instrumentos de navegação, possuidores de uma 
estética bem steampunk, assemelhando-se aos de um avião de 
pequeno porte.
                                                                                                           

 Imagens retiradas da página oficial da Nasa

quarta-feira, 2 de março de 2011

Intervalo Prolongado


Creio que já perceberam a minha ausência. Pois é, tenho de configurar minha vida, sem contar que pretendo atualizar a aparência do blog, escrever postagens novas e inaugurar algumas páginas. Enfim, terei de ficar um pequeno intervalo em inatividade, mas retorno não muito depois do Carnaval.

Abraços aos queridos seguidores, os verei em breve!

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Ditadura como carrasca da arte


Seguindo o embalo provocado pelo movimento anti-ditatorial no Egito, venho expor o que mais me deixa triste diante de tanta ganância humana. Não que o sofrimento de caráter físico seja um ponto irrelevante - de modo algum! - mas a perseguição artística é algo que machuca histórica e ideologicamente qualquer nação. Se nas artes é onde o homem pode se identificar como humano, como ser capaz de contemplar e meditar sobre o belo, esse tipo de repreensão chega a ser uma ofensa à nossa intelectualidade.

Como exemplo, perceptível apenas aos mais informados, tomemos o volume absurdo de obras censuradas nas últimas feiras literárias do Cairo, onde o rigor político se somou ao religioso.  E se ampriarmos a nossa discurção para o ramo informativo,  vale relatar o ocorrido em 2007, quando o governo tirano de Hosni Mubarak não era tão assistido pela mídia mundial. Jornais de oposição indagaram  perseguição política contra  oito jornalistas que foram presos  após a publicação de um artigo sobre rumores com relação à saúde do presidente.  Um deles, o Editor, foi condenado a seis meses de prisão. 

Quem sabe, passado esse sufoco, ocorra o mesmo que aconteceu após o governo Salazarista em Portugal; A ocultação de livros foi absurda e, quando a ditadura teve fim, a busca pela aquisição dos livros 'proibidos' foi de dimensões sem medidas. Pode até existir quem diga que a censura desencadeou uma sede coletiva pela arte em sua forma mais genuína. Esse seria, em termos grotescos, um ponto positivo da castração. Bem, é algo que pode ser levado em conta, embora seja bastante visível que outros métodos menos brutos podem provocar efeitos de impacto mais satisfatório.
                                                                                                   

 Imagem tirada da VEJA que divulgou fotos das
crianças envolvidas na manifestação. 
Um opressor foi derrotado, mas o mundo árabe
ainda sofre com a repreensão política.


terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

A letra imortaliza a alma do homem

No dia 8 de fevereiro de 1828 nasceu o pai da ficção científica, aquele que entrelaçou a ciência e a arte, a palavra e a alquimia, a razão e o amor... Veja um poste especial na Biblioteca Julio Verne em comemoração ao 183º aniversário de Jules Verne.