sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Ditadura como carrasca da arte


Seguindo o embalo provocado pelo movimento anti-ditatorial no Egito, venho expor o que mais me deixa triste diante de tanta ganância humana. Não que o sofrimento de caráter físico seja um ponto irrelevante - de modo algum! - mas a perseguição artística é algo que machuca histórica e ideologicamente qualquer nação. Se nas artes é onde o homem pode se identificar como humano, como ser capaz de contemplar e meditar sobre o belo, esse tipo de repreensão chega a ser uma ofensa à nossa intelectualidade.

Como exemplo, perceptível apenas aos mais informados, tomemos o volume absurdo de obras censuradas nas últimas feiras literárias do Cairo, onde o rigor político se somou ao religioso.  E se ampriarmos a nossa discurção para o ramo informativo,  vale relatar o ocorrido em 2007, quando o governo tirano de Hosni Mubarak não era tão assistido pela mídia mundial. Jornais de oposição indagaram  perseguição política contra  oito jornalistas que foram presos  após a publicação de um artigo sobre rumores com relação à saúde do presidente.  Um deles, o Editor, foi condenado a seis meses de prisão. 

Quem sabe, passado esse sufoco, ocorra o mesmo que aconteceu após o governo Salazarista em Portugal; A ocultação de livros foi absurda e, quando a ditadura teve fim, a busca pela aquisição dos livros 'proibidos' foi de dimensões sem medidas. Pode até existir quem diga que a censura desencadeou uma sede coletiva pela arte em sua forma mais genuína. Esse seria, em termos grotescos, um ponto positivo da castração. Bem, é algo que pode ser levado em conta, embora seja bastante visível que outros métodos menos brutos podem provocar efeitos de impacto mais satisfatório.
                                                                                                   

 Imagem tirada da VEJA que divulgou fotos das
crianças envolvidas na manifestação. 
Um opressor foi derrotado, mas o mundo árabe
ainda sofre com a repreensão política.


6 comentários:

  1. Velton

    Gosto da sua veia crítica.

    PS: Parabéns pelo ingresso na facul. Que tenha um ano proveitoso!

    Bjs

    ResponderExcluir
  2. Muito bom seu texto. É bem isso: "No lugar onde se queimam livros, no fim se queimam homens"
    (Heinrich Heine).

    Ah, só uma dica, não leve a mal: adquirimento não existe e sim, aquisição.

    Abraços, bom fim de semana e boa sorte no curso!

    ResponderExcluir
  3. Adorei seu texto.
    Tenho uma surpresa pra você no meu blog. Passa lá!

    ResponderExcluir
  4. Obg pela dica Rose

    Sabe, 'adquirimento' é um vício urbano, fiquei receoso se usaria ou não, mas acabei encontrado a palavra no dicionário e concluir que poderia usá-la sem cometer uma gafe...

    vivendo e aprendendo!

    abç.

    ResponderExcluir
  5. Olá Velton!

    Não sabia que a palavra existia, que era uma expressão aí de onde você mora! Mas enfim, também conheço algumas palavras usadas por aqui, e as vezes também fico em dúvida. Mas foi só uma dica mesmo. Gostei do texto que você indicou lá no blog. Tinha muito a ver com o que escrevi. E quanto à fotografia da National Geographic, já tinha visto ela por aí. Realmente, muito bonita. Contrasta a beleza com a dureza do regime islâmico. Obrigada pelas dicas e pelas visitas lá no blog. Até mais!

    ResponderExcluir
  6. Lindooooooooooooooooo
    Amigo!!!!
    oi
    _______
    A ocultação de livros foi absurda e, quando a ditadura teve fim, a busca pela aquisição dos livros 'proibidos' foi de dimensões sem medidas. ???

    MBOM
    BRAVO
    Postagem de se Ler e Apreder!!!!
    bjsssssssssssssss

    ResponderExcluir