terça-feira, 25 de janeiro de 2011

A pátria mãe bem resolvida e sua filha rebelada

Alguns pontos podem ser destacados no que se refere ao já tradicional e intenso embate não declarado entre os senhores da língua inglesa: Os povos britânicos e os norte-americanos. O primeiro exerce uma influência literária de longa data, uma herança inegável; Por outro lado, os escritores do novo mundo conquistaram o seu espaço através de uma imposição cultural sem precedentes. 

Trata-se de um duelo baseado, em sua essência, na divulgação de valores distintos, mais precisamente a história versus a geografia. A nação Inglesa ostenta todo seu requinte, seu sistema monárquico, seu francês ocasional, suas lendas de fundo nórdico, enfim, sua consciência do fazer artítisco. Até porque, se baseando na lógica dos classicistas, quem sempre soube fazer bem feito jamais perderá seu brilho.

Contudo, no outro lado do oceano, estão os patriotas da terra da liberdade, incapazes de escrever um livro sem citar o nome de dois terços dos seus estados e de algumas dezenas de cidades e bairros. Marcha ao Oeste, ruas de New York, cowboys do Texas, romances à beira do Tennessee, confrontos políticos em Washington... Uma pesada aula de geografia.

Essa visão estadunidense tem suas raízes fixadas desde o final da Segunda Grande Guerra; Ainda hoje se ensina nas escolas uma ciência geográfica totalmente sistemática e metódica, voltada apenas para o seu próprio território e seus próprios aspectos internos. Tudo isso torna essa literatura egocêntrica e repetitiva, mesmo que bem escrita.

Por sinal, essa é uma batalha entre gigantes, sempre prometendo oferecer deliciosas emoções - aos que não estiverem na linha de tiro, é claro!



5 comentários:

  1. Acho que é muitíssimo evidente essa disputa, apesar de camuflada. Os americanos não agem dessa forma egocêntrica somente na literatura, mas na música também. O RHCP, por exemplo, que é um grupo de Rock que gosto, tem várias músicas em que citam cidades e estados dos EUA. Apesar disso, não dá pra pensar que alguns livros e cantores não tenham talento, assim como os britânicos.

    Muito bom seu texto!
    Obrigada por passar no meu blog. Gostei muito do seu comentário, principalmente quando citou Augusto dos Anjos - muito pertinente para o assunto.

    Abraço!

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  2. A pátria mãe bem resolvida, de fato, merece todos os títulos de qualidade e considerações que muitos a conceituam. A literatura inglesa é rica e esplêndida em todos os seus aspectos: estórias, personagens, conflitos e sempre conta uma narrativa interiorizada: os sentimentos e questionamentos do personagem são mais relevantes que a nação e derivados. Vemos isso por Shakespeare( que com seus dramas, apresentou caractrísitcas humanas) Jane Austen, Charles D., irmãs Bronte e até mesmo Darwin - com seu único livro.


    Eu amo literatura inglesa, mas também gosto da estadunidense, embora ela seja - como em todos os demais elementos de sua cultura - muito ``cheia de si`` e acredite que em sua literatura, música, cinema, sejam os responsáveis por presentear o mundo com algo singular. Uma bobegam. Uma mentira. E a cultura britância é a principal a comprovar que poucas são as culturas que apresentam diversidade, riqueza e qualidade como a própria.

    Parabéns pelo texto!!!

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  3. Esta Pátriaaaaaaaaaaa
    ahhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh!!!

    Vim ver vc VELTON

    └───»--

    Que Deus te abençoe e te guarde.

    -┌──────■■■ └───»--

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  4. Como escreve bem... E breve, um post sobre o americano Salinger!

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  5. Passa lá no blog. Tem presente pra ti.

    Abç!

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