quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

O Natal Viking

Estou com um novo projeto que aparentemente vai se tornar em um romance sobre dons. Mas o trecho que vou postar não evidencia essa temática principal. Trata-se de uma versão bastante resumida do que seria o segundo capitulo. Narro, baseado em pesquisas, uma festividade viking que muito influenciou o natal ao modo europeu.

Capitulo II - A árvore de luz

O Inverno pelo qual os vikings passavam não se enquadrava como um dos piores, mas não deixava de ser pesado e longo. Bom era saber que, durante esse período de inativação das funções marítimas, os vikings tinham com o que se ocupar. O passatempo preferido de todos durante essa estação eram as festividades. Reuniões onde os companheiros conversavam e gabavam-se de suas proezas, bebiam à vontade e cantavam hinos sobre lendas heróicas.

Entretanto, alguns jovens nórdicos tinham de cumprir uma trabalhosa missão; Seguir viagem pelas terras geladas da Escandinávia e abater uma grande fera. Faziam isso pouco antes do solstício de inverno, o dia em que o Sol está mais distante do Norte da terra. Eles teriam de enfrentar ursos polares, criaturas musculosas e velozes. Levavam consigo algumas armas e seus trenós puxados por renas ou cães. Os outros aguardavam a chegadas dos valentes garotos, preparando decorações para a árvore mais corpulenta da região. Recolhiam nozes, castanhas, pinhas e outros frutos, e os enfeitavam com laços de tecidos finos e delicados, para pendurá-los nos galhos, simbolizando a fartura e prosperidade. Velas eram espalhadas por todo o perímetro ao redor do enorme pinheiro. Ardiam cintilantes, alimentando-se do ar rarefeito. Os nórdicos sabiam que precisavam de uma luz para guiar seus rapazes e para espantar toda a treva que poderia se apoderar dos corações humanos.

Os dias se passavam e todos aguardavam seus valentes caçadores, que muitas vezes tinham a desgraça de jamais tornarem ao seu lar. O banquete os aguardava; Muito bacalhau, vinho e apetitosas iguarias. As crianças ouviam histórias cantadas de natais passados. Um dos anciões citava um antigo verso:

Luz do mundo, que acolhe os destemidos
Abrace nossos jovens e os consola no que têm sofrido
Jamais deixe que se percam na imensidão albina dessas terras sombrias
Garanta que eles experimentem outra vez o amor caseiro que os cobria
Os guie para a luz, e os abrace como filhos desgarrados

E então, em um momento radiante, surgiam aqueles jovens, em seus trenós, cobertos  com a pele de um urso. A parte sangrenta por fora e a peluda para dentro, de modo que se aqueciam. Suas barbas louras estavam encobertas de neve. Assemelhavam-se a velhos de roupão vermelho...

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